De frente com Andressa: uma conversa sobre neuropsicologia e o mercado de trabalho

Andressa Antunes é um nome de uma das maiores referências em Neuropsicologia do Brasil. Nessa entrevista buscamos explorar as perspectivas dela enquanto Neuropsicóloga e empreendedora.

  • Como começou a neuropsicoterapia BH? (o que motivou, como foi o começo)

A neuropsicoterapia sempre foi uma vontade minha e da Annelise de iniciar algo que fosse nosso, que fosse a nossa cara e que tivesse foco na qualidade do serviço, tanto na parte clínica quanto de formação, e também no empreendedorismo. 

Começamos pequeno, em 2019 a gente alugou um espaço e começamos a estruturar e pensar além do nosso atendimento, como empresa. Fomos ampliando aos poucos, sempre tivemos a ideia de crescimento sustentável. Sempre planejar e organizar antes de dar os próximos passos. 

  • Como vocês avaliam o mercado de trabalho? 

Vemos o mercado de trabalho na área de terapia e avaliação neuropsicológica extremamente promissora. Belo horizonte, é uma das cidades que tem a maior quantidade de profissionais e cursos qualificados na área de formação em neuropsicologia, mas ainda assim a gente está longe de ter um mercado saturado. Especialmente com o pós-pandemia, a busca é muito grande. 

  • Qual o maior desafio do mercado de trabalho na neuropsicologia? 

Acredito que o maior desafio do mercado de trabalho é que ele não aceita “mais ou menos”. O mercado está saturado de pessoas que têm uma qualificação baixa, mas ele não está saturado para aqueles que têm uma qualificação alta, na verdade está faltando. Os outros profissionais (médico, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional) entendem mais do processo de avaliação e então eles conseguem julgar mais o que recebem, o que faz com que a régua de excelência precise ser mais qualificada.

  • Qual a relação de concorrência e competição no ramo da neuropsicologia?

Acredito que a relação de concorrência é em certa medida saudável e contribui para o crescimento da profissão. No sentido de agregar no posicionamento de mercado, nicho e também na prestação de serviços. De forma específica, não aprendemos na graduação sobre o funcionamento do mercado de trabalho, isso torna a concorrência como competição e os sentidos agregadores perdem importância. Por isso, acontece muito que críticas sejam levadas como um ataque a pessoa e não a técnica usada pelo profissional, o que é muito prejudicial, uma vez que, discordâncias podem ser usadas para crescimento técnico, mas também para fomentar o mercado.  

  • Quais são as demandas promissoras que vocês observam para os próximos anos?

Uma demanda muito promissora é o entendimento do diagnóstico tardio. Com a internet o conhecimento está com mais facilidade, as pessoas têm acesso e estão buscando mais o autoconhecimento. Outro ponto promissor, é a capacitação dos profissionais no uso de tecnologia para facilitar o processo tanto de intervenção quanto de avaliação, interferindo diretamente na qualidade do serviço e otimização do tempo do profissional.

Entrevistada: Andressa M. Antunes

Psicóloga CRP 04/42964

Sócia Fundadora do Neuropsicoterapia BH

Membro da Diretoria da Sociedade Brasileira de Neuropsicologia

Mestre em Saúde de Criança e do Adolescente – UFMG

Entrevistadora: Thays Tannure

Assistente Clínica Neuropsicoterapia 

Psicologia – PUC Minas