Saúde mental em contextos de emergências e desastres ambientais

Os desastres ambientais, como enchentes, terremotos, incêndios florestais e tempestades, são eventos que causam destruição imediata e têm efeitos prolongados na saúde mental das populações afetadas. Além das perdas materiais e físicas, esses eventos traumáticos deixam marcas profundas no bem-estar psicológico das pessoas, exigindo atenção e intervenção adequadas, principalmente o acompanhamento terapêutico.

Quando um desastre natural ocorre, as pessoas são frequentemente expostas a situações de extremo perigo, perda e incerteza. As consequências psicológicas desses eventos podem ser devastadoras e variam de pessoa para pessoa, dependendo da resiliência individual e do nível de suporte social disponível. A resiliência por ser definida como a capacidade de adaptação flexível diante de eventos estressores naturais ou causados. Entre os principais impactos de situações de emergências e desastres ambientais na saúde mental estão:

  • A ansiedade: resposta comum a desastres ambientais, manifestando-se como preocupação excessiva, tensão, e medo constante de novos desastres. As pessoas podem se sentir continuamente ameaçadas e incapazes de relaxar, o que pode interferir em suas atividades diárias e qualidade de vida.
  • O Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT): condição séria que pode se desenvolver após a exposição a um evento traumático. Os sintomas incluem flashbacks, pesadelos, e evasão de situações que lembrem o desastre. Indivíduos com TEPT podem sentir-se constantemente em estado de alerta e ter dificuldades em confiar nas pessoas ao seu redor.
  • A perda de bens materiais, lares e, em alguns casos, entes queridos, pode levar ao desenvolvimento de depressão. Sentimentos de tristeza profunda, desesperança e falta de motivação são comuns em pessoas afetadas por desastres naturais. A incapacidade de ver um futuro positivo pode paralisar o processo de recuperação e adaptação.

 

 

Fica evidente que a intersecção entre desastres ambientais e saúde mental é extremamente complexa, trazendo inúmeras consequências à vida dos indivíduos, como evidenciado por eventos como as recentes enchentes no Rio Grande do Sul e a pandemia da Covid-19. Esses eventos não apenas podem desencadear ansiedade, TEPT, e depressão, mas também exacerbam desafios sociais e econômicos pré-existentes, ampliando as disparidades de saúde mental. 

A resposta eficaz a essas crises não deve se limitar apenas à mitigação dos danos físicos, mas também incluir estratégias de apoio psicossocial, acesso a cuidados de saúde mental e fortalecimento da resiliência. Ao reconhecer e abordar adequadamente os impactos na saúde mental durante e após emergências e desastres ambientais, podemos ajudar as comunidades a se recuperarem de forma mais integral.

Escrito por: Ana Carolina Ferreira e Ananda Toledo